quarta-feira, setembro 17

Out of the doubt that fills your mind

Estive pensando. "Como nos preocupamos em agir sempre da melhor forma."
E quem é que sabe qual é a melhor forma? Quem disse que o melhor pra uns é o melhor pra outros!?
Essa coisa de certo e errado. O que afinal é certo, e o que definitivamente é errado?
Se você faz uma coisa, toma uma atitude de acordo com o que julga certo, e outra pessoa não aprova (então pra ela é errado). Afinal, o que é?
Nos preocupamos tanto com besteira, nos modificamos, nos costumisamos, nos servimos de hipocrisia e padrão.
Semana passa li um artigo no Jornal que falava sobre a mídia. Lendo fui concordando, e ao fim 90% do que estava escrito ali realmente coincide com tudo que acontece hoje em dia. A mídia prega, destorce, padroniza. Corpos perfeitos, mulheres e homens bonitos, histórias felizes. Não só a televisão faz esse tipo de coisa, mas jornais, revistas, a sociedade em geral. Isso é uma crítica sim. Mas sei que é um entrerterimento, que ninguém gosta de ver mulheres gordas e homens feios na televisão, que não gostam de ver histórias tristes. É um fato verídico, o ser humano tornou se vitima de suas próprias necessidades.

Bem, e o que aconteceu com os valores? Com a cultura em geral?
As pessoas estão preocupadas com seus próprios narizes, estão sempre correndo. Tudo cresce cada dia mais. Pirralhos de 16, 17 anos entram pra faculdade sem ter ao menos noção do que querem. As exigências, a concorrência, tudo tão corrido. Vejo amigos meus entrarem pra faculdade e desistirem na metade dizendo "não, não era isso que eu queria" começam outra e param novamente com o mesmo argumento, vontade que tenho de falar "Pááára! Te aquieta e pensa primeiro!" Faz horas que está extinto aquele que hoje nos faz falta. "Cultura, antigamente, saibam todos, não tinha um propósito: era boa, e bom tê-la, por si e em si."
Adultos correm pra lá e pra cá, esquecendo dos bons costumes. O que é mais importe: Aquilo que se aprende na faculdade ou aquelas pequenas coisas que aprendemos lá no inicio de nossas vidas, lá no Jardim de Infância (?) Algum homem de 30 anos de idade matem aquelas pequenas coisas que aprendeu no Jardim de Infância? Ele lava as mãos antes das refeições? Ele guarda as coisas no lugar onde as encontrou?
Tem tantas coisas que vivenciamos no Jardim de Infância e que no decorrer da vida esquecemos, ou deixamos de exercê-las. Coisas como dançar, cantar, brincar, rir, pintar, pedir desculpas quando se machuca alguém, repartir as coisas, etc.
Essas coisas, de suma importância, que na minha opinião, deviam seguir com todos a vida inteira. Por que é o que realmente tem valor, aliás, você lembra o que é valor?
Você lembra das primeiras palavras que você aprendeu? Lembra dos contos e histórias que te faziam sonhar? Lembra do feijãozinho no algodão?
Se lembra, pare um pouco de correr. Tenha uma visão mais ampla da vida. Faça como lá no Jardim de Infância: tire uma soneca durante a tarde, coma biscoito com leite (não era bom?) Coma! Ou então, coloque aquele feijão no algodãozinho, cuide dele. Não é vergonha nenhuma.

O que eu quero com isso tudo que eu escrevi, é despertar nas pessoas de que a vida é muito longa, que ela não corre como muitos dizem. Que quem corre somos nós, que deixamos de passar um dia no sol relaxando, pra calcular as contas do mês. Que ela passa rápido apenas pra quem não a acompanha. Lembre se de que o dia tem 24 horas, cada hora tem 60 minutos, cada minuto tem 60 segundos, cada segundo tem 100 centézimos... etc. Que o ano tem 365 dias e zilhões de segundos que você perde correndo contra eles.

Eu dou valor pras coisas simples. Não sou estudiosa, gosto de perder meu tempo brincando com imagens, criando coisinhas, escrevendo no meu blog, arrumando meu orkut de 10 em 10 minutos. Gosto de perder meu tempo sendo simpática com as pessoas, sendo gentil, mostrando as coisas que eu penso, minhas opiniões. Não perco meu tempo batendo boca, brigando, pensando se devo ou não fazer. Sigo a razão e o coração, juntos e não um de cada vez.
Não ligo pra críticas, não, não ligo mesmo! O único julgamento quem fará está muito além dos olhos, muito além do entendimento.

"Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando....Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive, já morreu." Luis Fernando Verissimo

"Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade....Mude, lembre-se que a vida é uma só. Experimente coisas novas, troque novamente, mude, de novo. Experimente outra vez.Você certamente conhecerá coisas melhores e piores do que as já conhecidas, mas não é isso que importa.O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que esta morto não muda!! " Clarice Lispector

SEJA MUITO MAIS! VIVA!!

Beijos e obrigada a todos que leram.

Texto: Jéssica Pizzio
Trechos: Luis Fernando Verissimo e Clarice Lispector

Um comentário:

Leonardo disse...

Achei extremamente interessante o que escreveu, Jéssica, como sempre. Impressionante o quanto me identifiquei com tudo o que escreveu, e adorei aquela parte de "Eu dou valor para as coisas simples.", quanto ao que eu tinha a comentar... Além de elogiar... Lembro que escrevi algo sobre isso, o que as pessoas esquecem e o que consideram perda de tempo ou não. Algumas consideram perda de tempo o simples fato de você sentar e assistir o sol se pôr ao invés de fazer uma hora extra e arrecadar mais dinheiro... Eu acho isso tão errado...

Mais uma vez, parabéns por este brilhante post.